História

Apresentação

Salvador do Sul, município situado no Vale do Rio Caí, encosta inferior da Serra do Nordeste, foi emancipado de Montenegro em 09 de outubro de 1963, através da Lei Estadual nº 4.577 e posterior alteração no artigo 2º. Possui uma população de, aproximadamente, 7.000 habitantes. As etnias predominantes no povo são a alemã, italiana, lusa, sírio-libanesa e africana.

 

O clima é temperado, oscilando entre 14ºC e 28ºC, excepcionalmente, com temperaturas negativas no inverno. Está na média de 486m acima do nível do mar, atingindo 630m em seu ponto mais alto.

 

Tem localização privilegiada, estando distante 95km de Porto Alegre, 65km de Caxias do Sul (Polo Metal-mecânico). 70km de Novo Hamburgo (Polo coureiro-calçadista), 33km de Montenegro, 60km do Polo Petroquímico de Triunfo e 22km de Carlos Barbosa.

 

O gentílico é "salvadorense".

História

O povoado tem sua origem na década de 1840, levando o nome de São Salvador, em homenagem ao Sr. Salvador Alves da Rocha, fabricante de gamelas e barcos e um dos primeiros habitantes da região. O marco da colonização alemã se deu com José Inácio Teixeira Filho que, em 1856, como dono da sesmaria, revendeu lotos de terra para os primeiros colonos alemães católicos. Também era conhecido por "Kappesberg", em razão da família de Jacob Kappes que, por volta de 1859, aqui se estabeleceu. Em 1900, Campestre era a Sede como 6º Distrito de São João de Montenegro. Em 1930, o 6º Distrito passou para a Estação São Salvador.  A princípio o nome era São Salvador (nova Salvador), em contraste com Tupandi (Velha Salvador). Depois, com a inauguração da Estação Férrea, foi chamado de Estação São Salvador, e, finalmente de Salvador do Sul, em 1963, em decorrência da emancipação.

 

O Município de Salvador do Sul apresentava em sua formação inicial, ao se emancipar de Montenegro, uma área de 348 km² e população de 14.000 habitantes, com os seguintes municípios limítrofes: Norte, Carlos Barbosa e Garibaldi; Sul, Montenegro; Leste, São Sebastião do Caí e Montenegro; E, a Oeste, Teutônia. Em função das emancipações de Barão, Poço das Antas, Tupandi, São Pedro da Serra e São José do Sul, a sua área passou para 89,31km². Os limites atuais são: Nortem São Pedro da Serra; Sul, São José do Sul; Sul-Sudoeste, Maratá; Leste, Tupandi; Oeste, Poço das Antas; Sudoeste, Brochier. Área urbana: 2,20km². Área rural: 87,11km².

 

Em 1881, surgiu a primeira estrada de rodagem, a Buarque de Macedo, que vinha da Colônia Dona Isabel, hoje Bento Gonçalves, e fazia ligação com São João de Montenegro, hoje Montenegro. A princípio, tornou-se rota de tropeiros. Hoje é denominada RSC 470 (a rodovia está em processo de federalização).

 

O desenvolvimento chegou com a implantação da Rede Ferroviária, no início do século passado e que foi desativada nos final dos anos 1970, marco do comércio entre Salvador do Sul e cidades-polo, como Porto Alegre e Caxias do Sul.

A Cultura Alemã

Os primeiros imigrantes germânicos que se estabeleceram na encosta inferior da Serra do Nordeste, especificamente Salvador do Sul e São Pedro da Serra, lá por 1850, tiveram enormes dificuldades para colonizar a região devido às densas florestas, habitadas por índios e animais selvagens. Aos poucos dominaram o terreno hostil e estabeleceram parâmetros para desenvolver uma sociedade bem organizada.

 

Bem cedo, demonstraram grande capacidade de agrupamento, criando sociedades com características espirituais, educativas, beneficentes e de divertimento (lazer). As virtudes mais proeminentes desses imigrantes foram a coragem, a presteza, o espírito de economia, o espírito familiar e o espírito social. Deram especial atenção às tradições familiares, principalmente, em torno do nascimento de uma criança, das bodas (casamento), do enterro, do Natal, da Páscoa, do 1º de janeiro e do Kerb.

 

No tocante à cultura, deram ênfase especial à língua que, embora enfraquecida, ao longo do tempo, pela imposição da língua portuguesa, preservaram sua base. Assim, por um bom tempo, a imprensa, através de impressos (jornais e folhetins) em língua alemã, também exerceu grande influência. Por longo tempo, o ensino ministrado nas colônias se fazia através de escolas primárias, católicas e protestantes, em língua alemã (Farschule). A religião seguia basicamente duas linhas: Católica e Protestante (Luterana). Um elemento importante a considerar foi a dificuldade dos imigrantes serem aceitos pelos nativos, os gaúchos de origem lusitana. Os imigrantes, até há poucos anos, eram vistos com indiferença, quando não com desprezo.

 

No tocante ao folclore, os germânicos sempre tiveram grande afeição à música e à dança. Na gastronomia, trouxeram o hábito ao consumo da batata, da carne de porco, do chucrute, da cuca, da massa, da lingüiça, do rabanete, da couve e de uma série de outras guloseimas. Além de colonos que trabalhavam a terra, muitos se dedicaram a profissões artesanais (ferreiro, sapateiro, alfaiate, curtidor de couros (curtume), carreteiro...), ao comércio e à indústria. Até na política, bem cedo conquistaram posições, assumindo proeminentes destaques como líderes das comunidades (Sub-prefeito, prefeito e até deputado).